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A cúpula



De volta à ativa, o primeiro post pós-reformulação do blog traz uma crítica jornalística.
O que se segue é uma análise da cobertura internacional sobre a Cúpula da América Latina e Caribe. Serão analisadas matérias publicadas hoje nos sites dos jornais:


The New York Times
Le Monde
El País


Para começar, todas davam destaque, logo no título, aos Estados Unidos, único país da América, juntamente com o Canadá, que não participa da cúpula. E como estamos falando do "todo poderoso das Américas", vamos direto para a matéria do NYT. A matéria já começa falando que Cuba estava presente, mas os EUA e o Canadá não (que absurdo, hein?!). Assim como nas matérias dos outros jornais, Felipe Calderón, presidente do México, país sede do evento, foi uma das fontes com aquelas falas previsíveis de sempre. O repórter citou as diferenças políticas, muitas vezes abissais, existentes entre os países envolvidos. Além disso, colocou o presidente Lula como líder de centro-esquerda. Quem também citou Lula foi o Le Monde.


Cada jornal interpretou à sua maneira a relação da cúpula com a Organização dos Estados Americanos (OEA). O NYT disse que o objetivo é suplantar a OEA. Já o El País disse que é uma alternativa à OEA. E o Le Monde... Bom, o Le Monde preferiu se isentar e colocou a relação na boca de cientistas políticos e de Hugo Chavez. Este último disse que a união é uma forma de dos países desfazerem dominação exercida pelos EUA. Mas o jornal deixou claro que nem todos os presidentes envolvidos partilham da opinião do líder venezuelano.


E já que estamos falando do Le Monde, a publicação francesa foi única a fazer uma análise mais aprofundada do caso. Ouviu dois cientistas políticos e um especialista em relações internacionais, que analisaram os impactos da criação da cúpula. O lead da matéria foi o que mais se aproximou do que é ensinado nas faculdades, respondendo às famosas perguntinhas. O Le Monde saiu na frente dos demais também por citar os diversos objetivos da reunião, que envolve questões climáticas, sociais, econômicas, de imigração, segurança, além da questão das Malvinas e da reconstrução do Haiti. Mas não citou o apoio ao fim do embargo econômico dos EUA a Cuba e não deu destaque ao embate entre Chavez e Uribe.


Já no texto do NYT, havia um link para uma matéria imensa sobre o conflito entre os dois presidentes (muito provavelmente porque os EUA estão diretamente envolvidos no assunto). No finalzinho falou sobre o embargo econômico a Cuba. Mas nada de Malvinas e a polêmica envolvendo Argentina e Inglaterra.


Para finalizar, o El Pais. Uma matéria superficial que só citou. Citou que o governo de Honduras não foi convidado. Citou o choque entre os presidentes da Colômbia e da Venezuaela (mas com link para uma matéria exclusivamente sobre o assunto). Citou o apoio a Cuba e à Argentina. E citou a exclusão dos EUA.

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