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Estudiar Estudiar Estudiar

Uma breve pausa na nossa viagem, e um pequeno avanço no tempo, pra falar de um tema importante.

Tudo estava nos conformes na vida salamantina quando eu comecei minha viagem. Mas quando eu cheguei em Salamanca, depois quase um mês, as coisas tinham mudado. E muito!
A biblioteca tava bombando mais que o Irish [Pub] em terça-feira [dia de "barra libre"- você paga 5 euros e bebe sangria e Heinneken à vontade até 2h30 da manhã!]. Até o horário estava alterado. Tinha biblioteca aberta 24h, vocês têm noção? A balada da moda era no meio dos livros, em silêncio. Neguinho tava pirando o cabeção. Teve gente ficando doente, com crise stress. Gente virando noite estudando. E eu sem entender o porquê do desespero. "Relaxa, gente, é só uma prova!"
Aí começaram a chegar as notícias. "Nossa! Que prova foi aquela? 60 questões tipo teste. Se eu errasse três, anulava uma certa. E mais cinco questões abertas. E só 1h pra fazer".
Comecei a ficar assustada. Jesus tem poder! Mas meus professores me asseguraram que ambas as provas que eu teria que fazer seriam compostas por seis questões abertas. Na pior das hipóteses eu mandaria um enrolation versão portunhol e conseguiria alguns pontinhos.
Mas tava preocupante mesmo. Nego que "salia de fiesta" todos os dias tava passando 8h por dia estudando. E eu, com minha workaholisse - dois estágios, um trabalho voluntário, aula de espanhol, etc etc - não tava com esse tempo todo pra estudar. E o tempo que eu tinha, quem disse que eu estudava?
É que eu tenho duas descapacidades: ficar sozinha e estudar. Não sei estudar. Não consigo ficar hooooras sentada na cadeira, entende? Foi assim a vida toda. A minha sorte é que Deus é muito bom comigo e eu nunca tomei nenhum pau na vida. Sequer recuperação [mas sempre tem a primeira vez!].
Quando eu cheguei em Salamanca, há cinco meses, até tentei reverter essa situação. No começo eu ia todos os dias pra biblioteca e passava duas horas estudando. Nem eu acreditava no que eu tava fazendo! Mas isso durou menos de duas semanas... Passado esse tempo, sempre aparecia uma coisa melhor/mais importante pra fazer. Como diria o poeta Cumpadi Woshito: "pau que nasce torto..."



Bom, mas voltando à atualidade, eu fiz o possível! Mesmo que o possível pra mim seja estudar com o Facebook, o MSN, o Twitter, o Gmail e o Skype abertos. Com pausas regulares pra conversar com a Mylena, dar um passeio na cozinha e pensar na vida. Foi assim por duas tardes e uma noite. Mas tem um bônus: ainda durante a viagem, nas longas estadas em aeroportos, eu aproveitava pra ler um pouco da matéria [lembrando que ler é diferente de entender]. Parece suficiente, né?! Pelo menos pra mim, eu já tinha estudado até demais. Mas é que vocês não viram o tamanho do conteúdo.... Juro que eu me sentia mal em relação aos meus coleguinhas. Meu sonho era conseguir passar horas concentrada, estudando.
Nego aqui estuda pra morrer mesmo. Porque pra maioria das pessoas, a vida acadêmica delas depende desses exames. Tem professor que só dá UMA avaliação no semestre inteiro. Então, se você se fuder na prova, fudeu de verdade. Não tem outra chance. Tem que fazer a matéria de novo. Bizarro. Um sistema de avaliação um tanto quanto falho, vamo combinar. E pra quem vem da nossa querida Facom, e não sabe o que é uma prova já tem uns 2 anos, é complicado.
Mas como eu nunca fui muito de me preocupar com prova mesmo, coloquei minha cara de pau em ação e, como sempre, fui fazer as provas com a intenção de "testar meus conhecimentos" [um nome bonito pra "fazer prova sem estudar"]!

Próximo capítulo: Los examenes!

ps.: É, pai! Eu sou uma fraude. Nunca estudei.
[meu pai lê meu blog!]

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