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A aventura pra chegar à Rússia

Depois de umas "férias" no Marrocos, voltamos com os capítulos da viagem...

Já tinha toda a programação da viagem pronta. Mas no meio do caminho os planos mudaram. Ao invés de voltar pra Espanha no dia 14 com a Veronika, a louca aqui resolveu dar um pulinho ali na Rússia. Depois de procurar todos os meios de transporte pra sair da República Tcheca e ir parar no extremo leste da Europa, descobri que não tinha jeito. Ir direto da Rep. Tcheca pra lá seria uma fortuna. Teria que caçar um roteiro alternativo.
Como contado em um post anterior me perdi em nomes de cidades, conheci todas as companhias aéreas do mundo e cheguei a conclusão de que teria que pergar um trem pra Berlin e de la um vôo pra Moscow.
Falei com a Veronika a respeito e ela disse que não precisava comprar passagem de trem com antecedência, porque os preços não variam. Então comprei só o bilhete de avião e nem me preocupei com isso mais. Cheguei na Rep. Tcheca e era tanto lugar pra conhecer, tanta gente, várias pequenas viagens, que eu nem lembrei de comprar esse bendito desse bilhete de trem.
Um dia antes, quando a gente estava em Brno, surgiu o assunto da minha viagem. Todos os amigos da Veronika disseram que ir de trem pra Berlin era MUITO caro. Que era melhor ir de ônibus. Estranhei, porque na internet o preço da passagem tava 30 euros. Eu tinha certeza disso. Na volta pra Vysoké Mýto perguntamos na estação o preço da passagem. Realmente era uma pequena fortuna. Fudeu, né?!
Chegamos em casa e fui olhar o tal do ônibus. Saía de Praga às 7h30 da manha. Pra chegar lá a tempo, eu teria que pegar um onibus tipo 3h45 da manhã. Que beleza!
E nesse meio tempo, eu ainda recebo um e-mail me comunicando que o motivo da minha viagem pra Rússia não estaria lá na data planejada. Só chegaria dois dias depois. 
E agora? Como diriam os espanhois: JO-DER!
Bom, mas as passagens de ida e de volta pra Rússia já estavam compradas. Pra mudar seria mais uma pequena fortuna. E se eu não fosse ainda tinha que arrumar um jeito de voltar pra Espanha de lá da Rep. Tcheca. O que fazer? Já que tá no inferno, abraça o capeta, né?! Vão bora pra Rússia e seja o que Deus quiser. Na pior da hipóteses, ia ser mais lugar que eu conheci.
Mas aí tinha que resolver ainda se eu pagava uma fortuna no trem, ou saía de madrugada pra pegar o ônibus. Optei pelo trem. Mas não tinha como comprar pela internet. Ia arriscar chegar na estação e comprar na hora. E se não tivesse passagem, já era. Porque não ia dar pra pegar o ônibus mais. Segura na mão de Deus, meu amigo.
No outro dia de manhã fomos conferir o horário do trem. Descobri que eu teria que trocar de trem duas vezes e que em uma dessas trocas eu teria 4 minutos pra sair do meu trem, ir no saguão da estação, procurar a plataforma do outro trem, achar a plataforma e embarcar. Na outra troca, que seria em Praga, eu teria 10 minutos pra sair do trem, ir no saguão, achar o guichê da companhia, comprar outra passagem (rezando pra não ter fila) e voltar pro trem. Isso porque eu não tinha dinheiro o suficiente pra comprar todas as passagens, e segundo a Veronika, a estação que eu pegaria o primeiro trem não aceitava cartão. Só em Praga que seria possível comprar a passagem. Detalhe: tudo isso em tcheco!
Momento de pânico.


Preferi não sofrer por antecipação. Se as coisas dessem certo era porque tinha que dar mesmo. Porque o índice VDM (Vai Dar Merda) tava alcançando níveis imensuráveis. Nem a Veronika tava acreditando que eu ia conseguir chegar em Berin. 
Chegamos na estação e tivemos uma grata surpresa. Tinha um trem mais cedo. Ao invés de 4, eu teria 17 minutos pra achar o outro trem. E o melhor! Lá aceitava cartão sim. Eu não ia precisar sair do trem pra comprar outra passagem. Aí ficou fácil!
Quando pensei nisso, me esqueci que estaria tudo em tcheco na estação que eu teria que trocar de trem. Desci na estação certa. Mas quem disse que eu achava a plataforma do outro trem? Impossível. Não consegui identificar no painel. Perguntei pra um monte de gente. Mas ou eles não falavam inglês ou não sabiam informar. Até que eu cheguei no maquinista de um trem que ia pra Praga. Já tinha falado com ele antes. Mas meu desespero era tão grande que eu resolvi tentar de novo. Se eu perdesse aquele trem, adeus Rússia...
Falei com o moço. Ele não conseguia me responder em inglês. Só apontava pro outro lado. Até que uma boa alma que tava por perto, ao ver nossa dificuldade de comunicação e todo o meu desespero, se aproximou e perguntou o que tava acontecendo (em inglês!). Aí eu mostrei o meu bilhete e ele disse que tava esperando o mesmo trem. Que eu podia esperar com ele. ALELUIA! Deus é bom.
Consegui chegar em Berlim! Da estação pro aeroporto foi um pulo.


Parlamento alemão

Próximo capítulo: Você já fez uma loucura por amor?









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