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Leva de escândalos na Igreja Católica



O assunto de hoje é bem polêmico. O escândalo da Igreja Católica alemã, evolvendo padres acusados de abusar sexualmente de menores. São matérias com o mesmo assunto, mas com enfoques completamente diferentes. Cada jornal pegou um gancho e destrinchou, utilizando informações diferenciadas. Vamos ver um pouco da repercussão internacional do assunto.



O NYT, como sempre, tinha a matéria mais extensa. Mas a menos analítica. Apenas expôs os fatos e deixou a análise para os entrevistados. A matéria começa com uma declaração do papa, de que deseja "arrependimento, cura e renovação". Declaração essa que só veio depois de um alto funcionário do Vaticano dizer que com apenas 10 pessoas não é possível dar conta de analisar todos os casos. A maior parte da matéria é baseada em uma entrevista com o Monsenhor Scicluna, o responsável pelas investigações. De acordo com o próprio texto, é uma figura difícil de conceder entrevistas. Portanto, eles aproveitaram. Colheram declarações sobre vários assuntos. O excesso de trabalho. A opinião dele sobre as acusações de que o papa teria responsabilidade em um dos casos (essa semana um padre, que já havia sido condenado por abuso sexual, teve suas atividades na igreja suspensas. Foi Joseh Ratzinger, quando ainda era arcebispo, quem o autorizou a voltar a trabalhar após a condenação). E sobre o que deve ser feito para resolver a situação. 
A matéria trouxe inclusive declaração da chanceler alemã, Angela Markel, dizendo que as denuncias de abuso são um desafio para a sociedade alemã. Trouxe uma retrospectiva, falando dos casos de abuso sexual que abalaram a igreja católica nos EUA , uma década atrás. Fato semelhante ao que acontece na Alemanha hoje. Informou que a conferencia dos bispos alemães anunciou que vai abrir um linha de telefone para denuncias de abuso sexual até o dia 30 de março.

O El País trouxe um angulação diferente. Focou mais na questão da suspensão das atividades clericais do padre que abusava de crianças. Ressaltou logo na primeira frase que Josph Ratzinger era o arcebispo que o autorizou a ir trabalhar em Munique, em 1980. Falou que o paroco continuava suas funções mesmo depois de ter sido condenado a 18 meses de prisão por abuso de menores e que as pessoas da comunidade onde trabalhava só conheceram seu passado essa semana. Traz uma análise, dizendo que a tardia expulsão é uma tentativa de frear a avalanche de críticas dos católicos alemães conta o Vaticano. Informa alguns dados: foram investigados 3.000 padres, entre 2001 e 2009, por casos relativos o último meio século, mas apenas 300 deles foram condenados e 10% dos que foram condenados foram expulsos. A matéria analisa que apesar dos esforços, a igreja vai levar tempo para reverter os erros do passado.
Relatou as muitas críticas com relação ao silêncio do papa e uma resposta interessante do secretário de estado Vaticano " A Igreja ainda tem grande confiança dos seus fiéis, e mesmo se alguém tentar minar a confiança que temos uma ajuda especial de cima".

A matéria do Le Monde já pega um terceiro enfoque: o silêncio do papa após a divulgação das denúncias. O primeiro parágrafo começa falando do apelo de diversos líderes alemães por um posicionamento do papa sobre o assunto. Menciona ainda que o papa já trabalhou em algumas dioceses relacionadas aos escândalos. Mais a frente traz a declaração de uma fonte do Vaticano de que o papa vai falar claramente sobre os casos de abuso que aconteceram na Irlanda. Mas nada foi mencionado sobre a Alemanha. O parágrafo seguinte fala sobre o caso irlandês. Sem grandes destaques para os casos alemães.



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