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Táxi

Tinha um compromisso em outra cidade. Bem cedo. Teve que pegar o ônibus de madrugada. Quando chegou ao município de destino, o sol ainda não havia dado as caras. Resolveu esperar na rodoviária mesmo. Era mais seguro. Aquela cidade era grande. Capital. Já sabe como é, né?! A violência corre solta. E não é bom uma moça ficar andando sozinha pelas ruas. Ainda mais no escuro. Além disso, ela estava com muito medo. Sempre via no jornal notícias relacionadas à cidade que davam conta de assaltos, sequestros, aumento de violência e coisas do gênero.
Esperou um pouco. A essa altura o sol já tinha saído. Ainda sonolenta e meio perdida, procurou a saída e alguma placa que indicasse onde ela poderia pegar um táxi. Seguiu o fluxo e desceu uma escada rolante. Nem teve tempo de pensar e já deu de cara com vários táxis amarelinhos. Passou pela sua cabeça um conselho que recebeu, não lembrava de quem: pegue os táxis amarelos ou brancos. Mas antes mesmo de concluir o raciocínio foi abordada por um senhor falante que ofereceu seus serviços de taxista. E já foi andando em direção local onde estaria o veículo. Ela seguiu o homem instintivamente. Ele perguntou para onde ela iria. Ela respondeu que era para o centro e perguntou quanto daria a corrida, mais ou menos. O senhor respondeu que dependia do trânsito, mas que daria uns R$15. Ótimo, pensou ela. E continuaram andando.
Ela não entendeu muito bem para onde ele estava a levando, já que os táxis estavam concentrados bem na porta da rodoviária. Eles estavam se afastando do ponto. O homem não parava de falar. E ela sem oportunidade de perguntar. Ele notou a cara de espanto dela e disse que o carro estava do outro lado da rua. E que era até melhor, porque já estaria na direção do centro. Já que é assim, tudo bem.
Mas quando ela viu o outro lado da rua não teve um bom pressentimento. Era um lugar bem sinistro, sujo, com pessoas estranhas. Para atravessar, eles teriam que passar por uma passarela. E a rua, na verdade era uma avenida bem movimentada.
Aí ela teve CERTEZA de que era uma fria. Começou a pensar que o moço do táxi não era taxista coisa nenhuma. Que iria levar ela para uma favela, roubar todo o seu dinheiro, ou sequestrar, ou estuprar, ou até matar... É, nessas horas o pensamento vai longe. E ela estava sozinha. Indefesa. Apenas 1,58m de altura. E nunca praticou artes marciais. Nesse momento se arrependeu de ter largado o judô logo na primeira aula. 


Continua...

2 comentários:

Flaviane Paiva disse...

Mal posso esperar pra ver a continuação. Mas essa história me parece semelhante a uma real. Vou esperar pra ver!
Beijos

Anônimo disse...

que medo!